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A geopolítica e os impactos no Comércio Exterior

Trabalhar com Comércio Exterior é estar constantemente atualizado com relação a taxas, feriados, greves e outros assuntos que podem impactar a rotina.

Mas há um assunto menos específico e menos pontual, que pode, entretanto, trazer alterações significativas no dia a dia de quem atua com transações internacionais. 

Trata-se das questões geopolíticas que afetam a economia dos países. Em 1 ano e 8 meses de guerra entre Rússia e Ucrânia, pudemos perceber o quanto os conflitos entre países podem impactar o restante do mundo em questões diversas.

Alguns dos pontos mais perceptíveis de influência da guerra no leste europeu foram as restrições ao fornecimento de insumos, fertilizantes, grãos e gás, que afetaram em larga escala países europeus, mas também tiveram impacto na economia de todo o planeta.

Mas os impactos não se limitam a quebras e restrições nas transações comerciais. Na diplomacia internacional, qualquer movimento que sinalize conflitos pode levar a embargos, bloqueios e imposições governamentais que impedem ou restringem até mesmo o relacionamento entre países.

É importante ressaltar, também, que quando falamos em questões geopolíticas, não estamos nos referindo apenas a guerras e conflitos armados.

As disputas silenciosas, que acontecem nos bastidores da economia e da política mundial, também afetam e muito as negociações de quem atua no Comércio Exterior

São guerras relacionadas ao poder, a ideologias, à hegemonia e ao domínio de espaços, culturas, territórios, povos, saberes, tecnologias, entre outros.

As tensões econômicas e culturais entre Estados Unidos e China – as duas maiores potências econômicas do planeta – que já vem acontecendo a muitos anos, mas crescem a cada dia, são exemplo de conflito que não é armado, mas que impõe sérias consequências ao restante do mundo.

Trazendo para um caso muito mais próximo de nós, recentemente, divergências a respeito do acordo com a União Europeia também abalaram as relações entre o Brasil e Uruguai, e foram mais um exemplo de como detalhes que às vezes parecem pequenos para alguns países, podem ter grande significado na economia de outros.

Como reflexo da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, muitas empresas offshore estão adotando estratégias como o nearshore ou o friendly shore – métodos para trazer as suas filiais, outrora instaladas em países com baixos custos de mão de obra, para mais perto de “casa”, ou para países mais “amigáveis”, visando evitar rupturas nas cadeias de suprimentos e logística em função de conflitos ou acontecimentos que possam prejudicar a distribuição de produtos a nível global.

O ballet que envolve as relações entre nações é complexo, e muitas vezes tem origem em pontos que ultrapassam a compreensão de quem não vive naquela realidade, mas para quem trabalha com Comex, é fundamental, acima de tudo, tentar se manter atualizado e bem informado, além de buscar alternativas de fornecedores em outros países.

Em uma área que depende tanto do bom relacionamento entre nações, estar o tempo todo de olho nas notícias sobre diplomacia e relações exteriores é fundamental para saber onde investir tempo, dinheiro e esforços.


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Abraços,
Equipe Freitas.

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